domingo, 15 de novembro de 2009

Fichamento do artigo: Amigos da Escola: Ações e Reações no Cenário Educacional

Patrícia Pereira de Matos
Matrícula 296EAD227

Referência do Fichamento
CALDERÓN, ADOLFO IGNÁCIO. Amigos da Escola:ações e reações no cenário educacional. GT: Estado e Política Educacional/ n.05. Agência Financiadora: FAPESP.

O artigo de Calderón aborda a ação capitalista neoliberal que defende a desresponsabilização do papel do Estado enquanto órgão mantenedor do direito à Educação. Transferindo o papel deste para à sociedade civil, idéia que ganhou grandes proporções midiáticas através da rede Globo de televisão com o seu projeto “Amigos da Escola”.

Nos anos 90 grande foco deu-se à ações voluntárias, conclamando à sociedade civil a organizar-se através de instituições não governamentais, conhecidas como 'ongs', que passaram a exercer o papel provedor do Estado.

Contudo, Calderón em seu artigo que “apesar da hegemonia da ideologia do voluntariado e do terceiro setor, a reação dos principais atores do cenário educacional comprometidos politicamente com a construção de uma escola pública de qualidade para todos e todas, não se fez intimidar.”

Por compreenderem que ao receber o apoio da Rede Globo, instituição que sempre defendeu as ideologias da elite burguesa dominante, o Projeto Amigos da Escola trazia em seu bojo tendencioso o objetivo de escamotear “prática veladas de manipulação da sociedade civil contra os interesses nacionais”


Grupos da sociedade civil, sindical e do movimento social, estudantes secundaristas e universitários se organizaram em defesa da Escola Pública explicitando de maneira crítica e combativa suas opiniões em relação ao projeto defendido pela Rede Globo de telecomunicações fazendo uma leitura do sentido subjetivo implícito na ação da instituição midiática:

Projetos como o 'Amigos da Escola’ vestem-se com
roupa atraente, alardeando uma causa nobre, buscam
na solidariedade das pessoas a força e o respaldo
para fazer manobras que resultam numa sociedade
cada vez mais injusta e desigual. (Calderón apud
José Ibiapino,2000)




Documentos em defesa e responsabilização do estado foram elaborados através de debates realizados em fóruns, congressos, seminários nos quais esteve sempre contido a valorização dos trabalhadores em educação e do sistema público de ensino.
Calderón ( ) nos apresenta documentos da Associação Nacional pela Formação dos profissionais da Educação (ANFOPE) e da XIV Reunião nacional do FORUNDIR que:

Foi aprovada uma moção, encaminhada ao Ministério da
Educação contra projetos como Amigos da Escola,
denunciando que eles favorecem a retirada ou omissão do
Estado no provimento das condições que garantam o pleno
funcionamento das instituições públicas de ensino.
(Calderón apud AFOPE , 2001)

Assim como também as várias denúncias contra a tendência capitalista do governo neoliberal do então presidente Fernando Henrique Cardoso que “manteve uma política baseada na redução das verbas para a educação.”
Enquanto educadores politizados e conhecedores da idéias que embasam as políticas liberais, neoliberais e pós-neoliberais, sabemos que não é do interesse de quem detêm o poder do capital prover ações de libertação ideológica. Mediante a isso 'salta aos olhos' da sociedade a política de 'desmantelamento' do ensino público através da difusão de projetos que enxuguem a máquina estatal e não garanta o uso idôneo dos recursos públicos financeiros.

É necessário que os segmentos da sociedade participem e interajam nas decisões da escola e das políticas públicas, contudo isso não significa dizer assumir a responsabilidade do Estado. Posto isso Calderón cita Gadotti (2002) que define a importância e a função da sociedade civil como verdadeiros amigos da escola:"Os verdadeiros amigos da escola são aqueles que vão até Brasília para defender a inclusão dos 10% do orçamento da União para a Educação."

A efetivação da qualidade da Educação se dá através da mobilização de reivindicações de todos e todas envolvidos (as) no processo da construção de uma sociedade ética, cidadã, combativa de práticas que valorizam o ‘ter’ em detrimento do ‘ser’.

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